
Curso de História para o 6º Ano do Ensino Fundamental
Aula 2.5 – A Idade dos Metais e o nascimento das cidades – Metalurgia, comércio e hierarquia social
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Dados de Catalogação na Publicação: NORAT, Markus Samuel Leite. Curso de história para o 6º ano do ensino fundamental. João Pessoa: Editora Norat, 2025. Livro Digital, Formato: HTML5, Tamanho: 132,4125 gigabytes (132.412.500 kbytes) ISBN: 978-65-86183-88-7 | Cutter: N828c | CDD-907.1 | CDU-94(075.3) Palavras-chave: História. Ensino Fundamental. Educação Básica. Civilizações Antigas. Idade Média. TODOS OS DIREITOS RESERVADOS. É proibida a cópia total ou parcial desta obra, por qualquer forma ou qualquer meio. A violação dos direitos autorais é crime tipificado na Lei n. 9.610/98 e artigo 184 do Código Penal. |
Aula 2.5 – A Idade dos Metais e o nascimento das cidades – Metalurgia, comércio e hierarquia social
A Idade dos Metais é um período em que a humanidade deixa para trás a vida simples das aldeias agrícolas e começa a dar passos decisivos rumo à complexidade das sociedades urbanas.
A Idade dos Metais representa uma etapa em que o domínio da metalurgia transformou profundamente a forma como as pessoas viviam, produziam e se organizavam. Antes, na Idade da Pedra, as ferramentas eram feitas de pedra polida, ossos ou madeira. Com a descoberta e utilização dos metais, tudo mudou. O cobre foi o primeiro a ser explorado, por ser mais fácil de extrair e moldar. Depois veio o bronze, resultado da mistura de cobre com estanho, que oferecia mais resistência e durabilidade. Por fim, o ferro, mais abundante e mais duro, abriu novas possibilidades para a agricultura, a guerra e a construção.
Esses avanços na metalurgia não se limitavam a produzir armas mais afiadas ou ferramentas mais eficazes. Eles impulsionaram transformações na economia e na organização social. Ferramentas metálicas mais resistentes permitiam lavrar a terra com mais eficiência, abrindo espaço para campos maiores e colheitas mais abundantes. Com a produção de excedentes, surgiu a necessidade de armazenar e controlar esses recursos, e logo o comércio se intensificou. As rotas comerciais ligavam aldeias e regiões distantes, levando não apenas produtos, mas também ideias, técnicas e crenças.
Esse comércio crescente contribuiu diretamente para o surgimento das primeiras cidades. Locais com boa posição geográfica, próximos a rios, cruzamentos de rotas ou regiões férteis, tornaram-se centros de troca, produção e administração. Nessas cidades, começaram a aparecer construções mais elaboradas, como templos, armazéns e sedes de poder. A urbanização trouxe também a especialização do trabalho: havia agricultores, artesãos, metalúrgicos, comerciantes, sacerdotes e líderes políticos, cada um com um papel específico na engrenagem social.
Um exemplo desse período é a cidade de Ur, na Mesopotâmia. Localizada entre os rios Tigre e Eufrates, Ur se destacou como um centro de comércio e cultura. Suas ruas eram repletas de casas de tijolos, mercados movimentados e templos monumentais chamados zigurates, que se erguiam como verdadeiras escadarias para o céu. Ali, a metalurgia prosperava e a escrita cuneiforme era usada para registrar transações, leis e histórias.
Outro exemplo é Çatalhöyük, na região onde hoje é a Turquia. Embora tenha se desenvolvido ainda no fim do Neolítico, sua organização serviu de base para o que veríamos na Idade dos Metais. As casas eram grudadas umas às outras, formando um labirinto protegido, e a vida comunitária girava em torno da produção artesanal e das trocas.
Com essa complexidade veio a hierarquia social. As diferenças de riqueza e de função começaram a definir posições de prestígio e influência. Surgiram classes mais privilegiadas, compostas por governantes, chefes militares e líderes religiosos, que controlavam recursos e decisões. Ao mesmo tempo, artesãos habilidosos ganhavam importância por dominar técnicas valiosas, enquanto camponeses e trabalhadores braçais sustentavam a base da produção.
A religião também ganhou destaque nesse contexto. Muitas cidades erguiam grandes templos e realizavam rituais complexos, pois acreditava-se que a proteção divina era essencial para manter as colheitas, afastar inimigos e garantir a prosperidade. Esses templos funcionavam como centros religiosos, econômicos e até administrativos, onde se guardavam tributos e se tomavam decisões importantes.
Com o passar do tempo, cidades como essas deram origem a civilizações poderosas, como os egípcios, que utilizavam o cobre e depois o bronze para fabricar armas, ferramentas e adornos; ou os hititas, que dominaram a tecnologia do ferro, tornando-se grandes potências militares.
E é importante lembrar que o surgimento das cidades e do comércio não trouxe apenas benefícios. Com mais riqueza concentrada, aumentaram também os conflitos e disputas por poder. Por isso, muralhas começaram a ser erguidas, e a organização militar ganhou importância. Essa necessidade de defesa e controle reforçou ainda mais a hierarquia social, dando aos governantes e chefes militares um papel central na vida urbana.
A Idade dos Metais representou um avanço tecnológico e uma verdadeira revolução cultural e social. Ela deu origem ao mundo urbano, ao comércio de longa distância, às primeiras estruturas estatais e à complexa rede de relações humanas que caracterizam as civilizações. É, portanto, o início de um mundo interligado, de economias complexas, de sociedades estratificadas e de culturas que deixariam marcas profundas na história. Foi nesse momento que a humanidade se aproximou do que conhecemos hoje como civilização, construindo as bases para cidades, governos e sistemas de comércio que ainda influenciam nossa vida, pois foi nesse período que a humanidade consolidou a base para muitas das instituições e práticas que ainda hoje moldam nossas sociedades.