
Curso de História para o 6º Ano do Ensino Fundamental
Aula 2.4 – Neolítico: a revolução agrícola e o sedentarismo – Aldeias, cerâmica e tecelagem
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Dados de Catalogação na Publicação: NORAT, Markus Samuel Leite. Curso de história para o 6º ano do ensino fundamental. João Pessoa: Editora Norat, 2025. Livro Digital, Formato: HTML5, Tamanho: 132,4125 gigabytes (132.412.500 kbytes) ISBN: 978-65-86183-88-7 | Cutter: N828c | CDD-907.1 | CDU-94(075.3) Palavras-chave: História. Ensino Fundamental. Educação Básica. Civilizações Antigas. Idade Média. TODOS OS DIREITOS RESERVADOS. É proibida a cópia total ou parcial desta obra, por qualquer forma ou qualquer meio. A violação dos direitos autorais é crime tipificado na Lei n. 9.610/98 e artigo 184 do Código Penal. |
Aula 2.4 – Neolítico: a revolução agrícola e o sedentarismo – Aldeias, cerâmica e tecelagem
O Neolítico, também chamado de Idade da Pedra Polida, começou por volta de dez mil anos antes do presente, foi uma fase marcada por uma mudança tão profunda que os historiadores comumente a chamam de Revolução Neolítica.
Até então, os seres humanos viviam principalmente como caçadores e coletores, deslocando-se de um lugar para outro em busca de alimento. Mas, no Neolítico, algo extraordinário aconteceu: eles aprenderam a cultivar plantas e a domesticar animais. Esse conhecimento mudou tudo. Pela primeira vez, as pessoas não precisavam seguir as manadas ou depender exclusivamente da coleta de frutos e raízes. Elas passaram a produzir seu próprio alimento, podendo permanecer no mesmo local por longos períodos.
O cultivo de cereais como trigo, cevada e milho, além de legumes e frutas, significou segurança alimentar. As colheitas eram guardadas para os períodos de escassez, e os animais domesticados, como cabras, ovelhas e bovinos, forneciam leite, carne, couro e força para o trabalho. Essa transformação levou ao sedentarismo: aldeias fixas começaram a surgir, com casas feitas de barro, madeira e pedra, mais resistentes e confortáveis do que os antigos abrigos temporários.
Com a vida estável nas aldeias, novas atividades surgiram. A cerâmica se desenvolveu como uma técnica essencial, pois permitia armazenar grãos, líquidos e alimentos preparados, além de facilitar o cozimento sobre o fogo. Os potes e vasos eram moldados à mão e, com o tempo, passaram a ser decorados com desenhos e cores, revelando também preocupações estéticas e culturais.
Outro avanço importante foi a tecelagem. Antes, as roupas eram feitas basicamente de peles de animais, mas no Neolítico começou-se a utilizar fibras vegetais, como o linho, e, em algumas regiões, a lã. Com o tear, surgiram tecidos mais leves e variados, adequados a diferentes climas. Isso permitiu conforto, proteção e também uma nova forma de expressão, pois os tecidos podiam ser tingidos e trabalhados de maneiras diferentes.
A organização social também mudou. As comunidades passaram a se dividir em funções: alguns cuidavam da agricultura, outros da criação de animais, outros da produção de ferramentas e utensílios, enquanto alguns eram responsáveis por construir e reparar as casas. Essa especialização do trabalho aumentou a eficiência da vida comunitária e fortaleceu os laços sociais.
Com mais tempo livre e maior segurança, as manifestações culturais floresceram. Além da cerâmica decorada, surgiram esculturas, enfeites e rituais mais elaborados. Monumentos de pedra, como os encontrados em algumas regiões da Europa, mostram que as comunidades tinham crenças e práticas religiosas ligadas à fertilidade da terra, ao ciclo das colheitas e ao culto aos antepassados.
As ferramentas de pedra polida, características do período, eram mais afiadas e duráveis que as do passado. Facas, enxadas, foices e machados facilitaram o trabalho no campo e a construção das aldeias. Essas inovações tecnológicas foram essenciais para sustentar o novo modo de vida. O Neolítico foi uma etapa de avanços materiais, e também de profundas mudanças sociais, culturais e tecnológicas. Ele preparou o caminho para o surgimento das primeiras cidades, do comércio a longa distância e, mais tarde, das civilizações complexas. Foi nesse período que o ser humano passou a moldar o ambiente de forma consciente e sistemática, deixando de ser apenas um observador da natureza para se tornar seu transformador. Esse período marcou a transição definitiva do nomadismo para o sedentarismo, trazendo consigo aldeias organizadas, a cerâmica como instrumento indispensável e a tecelagem como inovação no vestuário. Esse novo modelo de vida não apenas garantiu sobrevivência, mas abriu as portas para todo o desenvolvimento humano que viria depois.