
Curso de História para o 6º Ano do Ensino Fundamental
Aula 1.3 – Tempo histórico e diferentes formas de medir o tempo – Calendários, cronologia e linha do tempo
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Dados de Catalogação na Publicação: NORAT, Markus Samuel Leite. Curso de história para o 6º ano do ensino fundamental. João Pessoa: Editora Norat, 2025. Livro Digital, Formato: HTML5, Tamanho: 132,4125 gigabytes (132.412.500 kbytes) ISBN: 978-65-86183-88-7 | Cutter: N828c | CDD-907.1 | CDU-94(075.3) Palavras-chave: História. Ensino Fundamental. Educação Básica. Civilizações Antigas. Idade Média. TODOS OS DIREITOS RESERVADOS. É proibida a cópia total ou parcial desta obra, por qualquer forma ou qualquer meio. A violação dos direitos autorais é crime tipificado na Lei n. 9.610/98 e artigo 184 do Código Penal. |
Aula 1.3 – Tempo histórico e diferentes formas de medir o tempo – Calendários, cronologia e linha do tempo
Vamos começar imaginando algo simples: você quer contar a história de um amigo, desde o dia em que ele nasceu até hoje. Você poderia escrever tudo em uma folha de papel, mas, para não se perder, colocaria os acontecimentos na ordem em que eles aconteceram. É exatamente isso que os historiadores fazem com o passado da humanidade: eles organizam os fatos para entender como tudo se desenvolveu ao longo do tempo.
O tempo, para nós, parece algo natural. Sabemos quando é dia e quando é noite, quando estamos no verão ou no inverno, quando é hora de estudar ou de descansar. Mas medir o tempo não é tão simples quanto parece. Desde a pré-história, os seres humanos tentam encontrar maneiras de registrar e organizar a passagem do tempo. Isso foi essencial para a agricultura, para as trocas comerciais, para a vida religiosa e para a própria organização das sociedades.
Na História, chamamos de tempo histórico o período em que os fatos ocorrem e são registrados ou lembrados de alguma forma. Ele não é medido apenas em horas, dias ou anos, mas também levando em conta a importância e o impacto dos acontecimentos. Por exemplo, uma guerra pode durar apenas alguns anos, mas mudar o destino de um país por séculos. Já a vida de uma pessoa pode ser marcada por eventos que, para ela, parecem longos, mas que, na escala da humanidade, são bem curtos.
Para medir e registrar o tempo, diferentes povos criaram sistemas que chamamos de calendários. Um calendário é uma forma organizada de dividir o tempo em dias, semanas, meses e anos, para que possamos marcar datas e planejar atividades. Mas nem sempre os calendários foram iguais ao que usamos hoje.
Um dos primeiros foi o calendário egípcio, baseado nos ciclos do rio Nilo e no movimento do Sol. Ele ajudava a prever a época das cheias e, assim, organizar a agricultura. Já os povos maias, na América Central, criaram um calendário extremamente preciso, combinando observações do Sol, da Lua e dos planetas. Eles acreditavam que o tempo tinha ciclos e que cada ciclo influenciava a vida humana. Na Europa, durante a Idade Média, era comum o uso do calendário juliano, criado na Roma Antiga por ordem de Júlio César. Mais tarde, no século dezesseis, surgiu o calendário gregoriano, que é o mais usado no mundo até hoje, resultado de uma reforma para corrigir pequenas diferenças na contagem dos dias.
Nem todos os calendários seguem o movimento do Sol como base. Alguns povos adotaram calendários lunares, que se orientam pelas fases da Lua, como é o caso do calendário islâmico. Outros utilizam sistemas mistos, combinando Sol e Lua, como o calendário hebraico. Isso mostra que medir o tempo é também uma questão cultural: cada sociedade escolhe o método que melhor se adapta à sua vida, às suas crenças e às suas necessidades.
Além dos calendários, existe um recurso muito importante para o estudo da História: a cronologia. Cronologia é a ciência que organiza os acontecimentos em ordem de tempo, permitindo que possamos entender qual fato aconteceu antes e qual aconteceu depois. Sem a cronologia, seria como tentar ler um livro com as páginas fora de ordem.
Para trabalhar com a cronologia, usamos alguns pontos de referência chamados marcos temporais. Um exemplo muito conhecido é a divisão do tempo em antes e depois de Cristo, utilizada no calendário gregoriano. Nessa contagem, os anos que ocorreram antes do nascimento de Jesus Cristo são indicados como antes de Cristo, enquanto os anos que vieram depois são chamados de depois de Cristo. É importante lembrar que outras culturas podem ter marcos temporais diferentes, como o início de uma dinastia, a fundação de uma cidade ou um evento religioso importante.
Uma ferramenta muito útil para visualizar a cronologia é a linha do tempo. Ela é uma representação gráfica dos acontecimentos, colocados na ordem em que ocorreram. A linha do tempo pode mostrar poucos anos ou milhares de anos, dependendo do que se quer estudar. Em uma linha do tempo curta, podemos registrar, por exemplo, os principais acontecimentos da vida de uma pessoa. Já em uma linha do tempo longa, podemos registrar eventos da história da humanidade inteira.
A linha do tempo ajuda a perceber que alguns períodos históricos duram muito mais do que outros. Por exemplo, a Pré-história ocupou milhares de anos, enquanto alguns períodos, como a Era Contemporânea, têm apenas alguns séculos. Também nos ajuda a entender que, em diferentes lugares do mundo, acontecimentos importantes podem ocorrer ao mesmo tempo, mesmo que não tenham relação direta entre si.
Outra questão importante é que o tempo histórico não é sentido da mesma maneira por todos. Em uma comunidade indígena, por exemplo, o tempo pode ser medido pelas estações e pelas colheitas, enquanto em uma grande cidade ele é marcado pelos compromissos e pelo relógio. Isso significa que o modo como percebemos e organizamos o tempo também faz parte da cultura e da vida em sociedade. Assim, compreender o tempo histórico, os calendários, a cronologia e a linha do tempo é fundamental para estudar o passado. Sem essas ferramentas, seria impossível organizar os fatos e compreender a relação entre eles. O tempo é como um grande fio condutor que liga todos os momentos da história, desde os mais distantes até os mais recentes, permitindo que possamos entender como chegamos até aqui e imaginar o que poderá acontecer no futuro.