
Curso de História para o 6º Ano do Ensino Fundamental
Aula 1.6 – Teorias sobre a origem da espécie humana – Evolucionismo, criacionismo e mitos de criação
Como fazer referência ao conteúdo:
Dados de Catalogação na Publicação: NORAT, Markus Samuel Leite. Curso de história para o 6º ano do ensino fundamental. João Pessoa: Editora Norat, 2025. Livro Digital, Formato: HTML5, Tamanho: 132,4125 gigabytes (132.412.500 kbytes) ISBN: 978-65-86183-88-7 | Cutter: N828c | CDD-907.1 | CDU-94(075.3) Palavras-chave: História. Ensino Fundamental. Educação Básica. Civilizações Antigas. Idade Média. TODOS OS DIREITOS RESERVADOS. É proibida a cópia total ou parcial desta obra, por qualquer forma ou qualquer meio. A violação dos direitos autorais é crime tipificado na Lei n. 9.610/98 e artigo 184 do Código Penal. |
Aula 1.6 – Teorias sobre a origem da espécie humana – Evolucionismo, criacionismo e mitos de criação
Vamos iniciar com uma das perguntas mais antigas e intrigantes que a humanidade já se fez: de onde viemos? Ao longo da história, diferentes povos, culturas e cientistas buscaram respostas para essa questão. Essas respostas tomaram formas variadas: algumas nasceram da observação da natureza e da busca por explicações científicas, outras vieram das tradições religiosas e espirituais, e muitas foram transmitidas por meio de mitos e histórias contadas de geração em geração.
Comecemos pela teoria evolucionista. Essa é a explicação científica mais aceita atualmente para a origem da espécie humana. Ela se baseia na ideia de que todos os seres vivos, incluindo nós, compartilhamos ancestrais comuns e que as espécies mudam ao longo do tempo por um processo chamado evolução. Essa teoria foi desenvolvida principalmente pelo naturalista inglês Charles Darwin no século dezenove, que apresentou o conceito da seleção natural. Segundo essa ideia, dentro de uma população de seres vivos, aqueles indivíduos que possuem características mais favoráveis para sobreviver em determinado ambiente têm maiores chances de se reproduzir e transmitir essas características aos seus descendentes. Com o passar de muitas gerações, essas mudanças acumuladas podem dar origem a novas espécies.
No caso dos seres humanos, a teoria evolucionista indica que fazemos parte da família dos primatas e que compartilhamos um ancestral comum com os chimpanzés e gorilas. Esse ancestral viveu há milhões de anos e, a partir dele, diferentes grupos evoluíram em direções distintas. A evolução humana não foi um caminho reto e simples, mas sim um processo longo, com muitos ramos e espécies diferentes que coexistiram em épocas passadas. O estudo dos fósseis e do DNA tem ajudado os cientistas a reconstruir essa história, revelando espécies como o Australopithecus, o Homo habilis, o Homo erectus e, finalmente, o Homo sapiens, que é a nossa espécie.
Mas a ciência não é a única forma de tentar explicar nossa origem. Muitas tradições religiosas defendem o criacionismo, que é a crença de que a vida, a Terra e todos os seres vivos foram criados por uma divindade ou ser supremo. De acordo com o criacionismo, a existência humana não é resultado de um longo processo de mudanças ao acaso, mas sim de um ato intencional e planejado por uma força divina. Em diferentes religiões, encontramos narrativas sobre como esse ato de criação aconteceu. Em algumas, a humanidade surge a partir do barro ou da terra moldada pelas mãos de um criador. Em outras, os primeiros humanos são formados a partir da palavra ou do sopro divino, que lhes dá vida. Essas histórias são centrais para a fé e a visão de mundo de muitos povos e continuam a ser ensinadas e valorizadas em várias culturas.
Além das explicações científicas e religiosas, existem também os mitos de criação, que fazem parte da tradição oral de inúmeros povos pelo mundo. Esses mitos são narrativas simbólicas que procuram explicar não apenas como surgimos, mas também qual é o sentido da vida e a relação da humanidade com a natureza e com o cosmos. Cada cultura tem seus próprios mitos, e eles costumam refletir os valores, medos e esperanças de quem os criou.
Entre povos indígenas das Américas, por exemplo, há histórias que falam de seres criadores que moldaram os primeiros humanos a partir de elementos da natureza, como argila, madeira ou milho. Em algumas culturas africanas, os mitos contam que os seres humanos surgiram de árvores sagradas ou emergiram de dentro da terra. Já em civilizações antigas como a Mesopotâmia e o Egito, os deuses eram responsáveis por criar o mundo e os humanos para cumprir papéis específicos na manutenção da ordem e da vida.
O interessante é perceber que, embora as explicações sejam diferentes, todas elas têm algo em comum: a necessidade humana de entender suas origens. Seja por meio da ciência, da fé ou da tradição, buscamos respostas que nos ajudem a compreender quem somos, de onde viemos e para onde vamos.
É importante também destacar que essas formas de explicar a origem da humanidade não precisam ser vistas como inimigas. Enquanto a ciência se dedica a investigar o como as coisas acontecem, usando provas e observações, a religião e os mitos oferecem respostas para o porquê das coisas, explorando aspectos espirituais, morais e culturais. Em muitas sociedades, essas visões coexistem, cada uma cumprindo seu papel no entendimento do mundo. Ao conhecer as teorias sobre a origem da espécie humana, ampliamos nossa visão de mundo e passamos a respeitar a diversidade de pensamentos e crenças que existe entre os povos. Compreender a evolução nos ajuda a entender como chegamos até aqui e como nossa espécie está ligada à grande teia da vida. Valorizar o criacionismo e os mitos de criação nos lembra de que as histórias que contamos são parte essencial da nossa identidade e da maneira como nos relacionamos com o universo.